a primeira coisa que me lembro é do saco. tinha muitos-mil eus, irmãozinhos, misturados e grudadinhos. a gente era bem parecido, mas cada um tinha seu próprio tom. um movimento, um estalo, uma mão e um punhado da gente pra fora. fez-se a luz. a pressão me fez cascata e essa foi a hora do meu show. dancei, girei e chovi bem no cabelo da loirinha. ela ficou meio brava, brava não, puta mesmo, xingou o carinha atrás e, no fim, acabou me deixando ali. pra mim ela bem que gostou. medinho? até que senti, mas não tava sozinho nessa, tinha gente como eu por toda parte, lindo de se ver. tudo ia bem, fiquei lá na minha, sentindo cheirinho de xampu de bebê, até que uma amiga baixinha e meio bamba bateu na gente e me mandou direto no cangote do moreno. nessa hora eu vi o abismo. lá embaixo? confetilhões de mim mesmo pisados e regados de cana, lama e maldade. vampirei no pescoço e lá fiquei. colado, molhado, coitado de mim. garrado no abraço seguro, não é que me apeguei? por mim estaria lá até agora, mas chegou aquela menina vestida de fada e me prensou de jeito. do pescoço dele para a bochecha dela, no peito dele, no braço dela, cansei. só na maldade pulei no copo de breja, dando risada. quase espirrei no chão quando um super homem trombou na minha piscininha, segurei na borda de plástico e, no primeiro gole, pulei pra dentro da caverna, ligeiro, desci toboágua abaixo para dentro do bucho. salada, lanchinho, vodka, balinha, pulando juntinho. fui recebido com festa.
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