doída e duvidosa
gozo e desgosto
nasce no peito e jorra
poesia, heresia
me salga em maresia
me seca por dentro
sai de mim inverossímel
olha no meu olho e não reconheço
me estica o lábio e entorta o queixo
não gosto, não quero
se voltar pra mim, eu calo
se disser que é minha, eu nego
poeta sexo, de arte suja
que ri do amor
e diz que é arte
poema porra, que alivia e enoja
letra lesa que me envergonha
verso vertigem entorpece e entontece
frase forçada, fala em falsete
verbo vencido em mim, me enlouquece