de fora pra dentro a janela é tabu
é intimidade
que o olho do outro invade
sem pedir
e sem pudor
é se aproveitar do momento descaso,
do momento à vontade
duas luminárias em forma de bola
dão luz à algumas plantas
e uma sombra
nua
vulnerável a quem ousa olhar
dois quadrados para baixo
um gato
protege a alma
de uma senhora
que borda tricô
que costura
linha
ponto
vida
e solidão
no olho de cima
meia luz instável
a tevê projeta
a cor
na cara que não mexe
que aliena
invado o quarto,
arregaço a sala
de estar
de ser
o que você
tem por dentro
e chama de lar.