Quando me dizem que estive,
eu nego
Estar sem ser é uma questão de inércia
O corpo que move sem luta não avança
Ausente por medo
Ou imaturidade
Por desejo do pronto
Do feito e do perfeito
Vontade e conquista existiram
Mas a falta que fiz em mim
Me entristecia no vazio
Do que existe sem ser
O caminho me impediu
Muitas vezes
De chegar a um fim
Seja ele qual fosse
Mal sabia eu
Que a graça do livro pronto
São as linhas que o bordaram
As exclamações que viram três pontos
Em cada movimento eu sou de alma
Uma dança que preenche
quando expande o espaço do palco
Mesmo que a música pare de tocar
O passo que segue o caminho
quando o pé não pode mais seguir
A lágrima que se é inteira
No meio de tantos sorrisos falsos